sábado, 22 de setembro de 2012

Brasil, o país de poucos!

Sai do Brasil cedo com apenas 12 anos de idade e há 5 anos atrás muitas coisas mudam sem dúvida, mas com acesso à informações via internet posso perceber que muitas coisas ainda continuam iguais. Educação, saúde e outras coisas básicas continuam em situações lamentáveis.
Neste post vou falar principalmente da ''nossa educação''. A educação da qual a minoria realmente tem acesso a ela, e a outra parte apenas a conhece - a escola.
Morando no Japão pude perceber o valor de educação dentro de uma sociedade, a pressão que é feita em você para ingressar em um bom colegial e posteriormente em uma universidade de qualidade. Mas para isso existe todo um planejamento desde pequeno e principalmente boas escolas. Escolas no Japão além de serem oferecidas gratuitamente pelo governo até você passar a fazer parte do ensino médio elas possuem ótimas instalações. Digamos que estas instalação seriam para poucas escolas particulares no Brasil. É claro que possui também o acompanhamento dos professores, sendo mais rígidos, prestativos e mais 'atenciosos' com os alunos.



Na China, eu realmente me surpreendi com as escolas, são grandes, com pátios enormes, novas e com instalações boas (porém não de melhor qualidade do que as instalações japonesas). O modo de pensamento é similar ao pensamento japonês, também há muito mais regras em relação as escolas japonesas e elas devem ser seguidas à risca, até o ensino fundamental o estudo é bancado pelo governo. Pela política do filho único a pressão em cima dos filhos é muito maior (adolescentes com 17 anos ou menos já apresentam quadro avançado de depressão). Saber falar inglês, tocar algum instrumento, boa universidade, bom trabalho e sustentar os pais é algum dos exemplos de pressão que é feita em cima dos jovens estudantes chineses, vale lembrar que na China não tem aposentadoria.
Não limitando-se apenas a educação neste dois países, mas na Tailândia, Rússia, Bolívia, Itália, Espanha, e Ucrânia sei que em várias universidades destes países os universitários podem estar fazendo o curso de mandarim e fazer intercâmbio com diversas universidades chinesas. Não posso falar da qualidade destes cursos, pois cada um vem com um nível diferente e o tempo de estudo também varia bastante.
Coréia do Sul, China e Japão, na minha opinião são países que servem de exemplo para o Brasil se o governo estiver realmente pensando em alguma política educacional, no desenvolvimento e melhor qualidade de vida à população.



''Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola, o que poderia resultar em dados positivos para a sociedade''

Vale lembrar que apenas esperar a boa vontade dos governantes não irá adiantar nada, aliás durante o tempo em que esperamos milhões e milhões de reais estão sendo desviados ou sendo utilizados de maneira errada. Lembrando: as eleições estão prestes a acontecer, eleger um bom governante é fundamental  



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

China x Japão no ponto de vista chinês

Eu tinha falado para vocês que eu tentaria uma mini 'entrevista' com alguma de minhas amigas chinesas. Falei hoje com Lisa Chen, vendedora e representante da empresa Zhengzhou Thoyu Machinery CO. LTD. Fiz algumas perguntas sobre as recentes manifestações e o que ela acha sobre isso. Fiquei surpreso com algumas respostas e pude perceber que o assunto aqui na China é mais sério do que eu pensava.

P) Qual a sua opinião sobre as recentes manifestações em diversas regiões que andam acontecendo? Por que isto começou e por que a China quer ter a posse destas ilhas?
R) Apenas porque nós chineses acreditamos que estas ilhas pertencem a nós e não aos japoneses. Por que o Japão quer a posse delas? Elas são tão longe do Japão. Nós chineses de todo o país achamos que elas pertencem ao governo chinês. Qualquer um que invadi-las, claramente será espancado.

P) Você acha que os chineses devem continuar com todas estas manifestações até enfim conseguir as ilhas?
R) Você quer que continuemos com manifestações ou que começamos uma guerra? Quando as manifestações pararem a guerra virá. Isto é o que eu penso. Eu não gosto de guerra, mas para dar uma lição no Japão.
(现在的情况是 不打日本人不足以平民愤 - Agora a situações não é bater em japoneses é para apaziguar o sentimento).

P) Talvez seja porque há 81 anos atrás o Japão invadiu a China, certo?
R) O Japão nos invadiu há 81 anos atrás, e desde então o Japão não se sentiu arrependido e não pediu desculpas, e acima de tudo fez crimes contra a China.

(他们不知悔改 - Eles não estão arrependidos).

P) Você acha que a China conseguirá a posse destas ilhas?
R) Sim, é claro que os chineses irão. Resolver com guerra se for preciso, 81 anos atrás nós vencemos o Japão, 81 anos depois nós acreditamos que conseguimos também - esta é apenas a minha opinião pessoal.

(最好是和平解决, 如果必要时支持战争 - O melhor é uma solução pacífica, se preciso apoiar a guerra).

P) Com tudo isso, como você acha que fica a relação comercial entre China e Japão?
R) É claro, nós estamos fazendo de tudo para boicotar os produtos japoneses.

P) Apenas fábricas ou pequenos comércios também?
R) Qualquer tipo de comércio ou produto japonês, carros, câmeras, produtos eletrônicos qualquer coisa japonesa dentro do comércio chinês.

P) Você acha que este problema irá demorar para ser resolvido?
R) Eu acho que sim. Podemos viver sem produtos japoneses, temos muitas opções, chineses podem viver sem os produtos japoneses sem nenhum problema.

Para quem não sabe, recentemente o Japão 'adquiriu' as ilhas em disputa deixando o governo e a população chinesa revoltadas, desde então manifestações começaram a surgir  
(Declare guerra contra o Japão)

em todo o território. Fábricas foram atacadas, muitas delas resolveram manter as portas fechadas por uma semana. Japoneses que moram na China estão se escondendo, universidades pediram para que estudantes japoneses não saíssem de casa. Lojas como Yamada, Uniqlo aqui em Tianjin que se localizam na principal rua da cidade continuam fechadas. 
Como descendente de japonês me sinto um pouco vulnerável, passei a andar com a carteirinha da universidade, podendo comprovar a minha nacionalidade. Passei em frente a manifestação que ocorreu dois dias atrás, não vi muito tumulto nas ruas. Mas o assunto é sim delicado e precisa de uma solução rápida.





 (moradores da ilhas em disputa erguem a bandeira japonesa em resposta as manifestações chinesas e aos navios chineses enviados à ilha Senkaku (Diaoyu).

Um pouco da China

Com a 'nacionalização' das ilhas em disputa entre Japão e China pelo lado japonês muitas manifestações começaram a acontecer em todo território chinês. Cidades como Beijing, Shanghai, e muitas cidades no sul são os principais pontos das manifestações.
Ontem, 18 de setembro teve aqui na cidade de Tianjin as primeiras manifestações contra o povo chinês. Principais ruas e pontos da cidade tiveram grandes manifestações e segurança reforçada. Ao ir em uma das principais ruas da cidade onde estava tendo uma das manifestações pude ver um pouco do sentimento chinês em relação ao governo e o povo japonês.
Grandes lojas de marcas japonesas como Yamada, Uniqlo e muitas fábricas japonesas estão paradas por tempo indeterminado, restaurantes japonesas e outros comércios pequenos da região também estão de portas fechadas.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Com toda esse conflito entre Japão e China e principalmente as constantes manifestações que andam ocorrendo aqui na cidade e por todo o território chinês eu vou tentar conversar com alguém daqui procurando saber mais sobre as perspectivas do conflito, dos interesses e até onde eles acham que o povo e o governo é capaz de fazer para um desfecho positivo do lado chinês.
Prometo tentar essa 'mini-entrevista' em 10 dias no máximo.

sábado, 15 de setembro de 2012

não pretendo casar tão cedo.

Uma semana. Esse foi o tempo que precisei para perceber que não vale a pena casar-se tão cedo.
Pois é, pensava em casar-se com uns 28 anos, mas hoje penso em casar-se na casa dos 40 e acho cedo...
Mulheres; frescas, indecisas, confusas. Não falo que todas são assim, mas vamos combinar que podemos resumir grande parte das mulheres nestas três palavras. Morar sozinho e receber visitas de vez em quando é a melhor coisa.

 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Depois de algum tempo sem fazer nenhuma postagem resolvi voltar a escrever...
Bom, primeiramente eu fiquei alguns dias sem escrever porque eu mudei de casa novamente, pois é
agora vou dividir o apartamento com duas japonesas.
Não sei como meus pais concordaram com isso, mas tudo bem...pelo menos eu me livrei daquele
coreano maluco. Esperamos que minhas novas companheiras não sejam igual ele.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

não sou mais um 'homeless'

Depois de quatro noites morando de favor na casa de uma amiga eu pude achar um lugar para chamar de 'minha casa'.
Pois é, achei UMA CAMA sobrando no dormitório da universidade e naquela situação na qual estava toparia qualquer coisa - e topei. Paguei um mês de aluguel e me mudei para cá. Na hora da mudança ao chegar o número do meu quarto fui perceber que se tratava do sexto e último andar - detalhe é que o prédio não possui elevador, a única informação que eu tinha é que meu colega de quarto é da Coréia do Sul. Ao abrir a porta vi as coisas muito organizada pelo fato de ser homem e comecei a pensar que ele jogava para o outro time... mas não, trinta minutos depois quando ele chegou no alojamento pude reconhece-lo e lembrar-me que se trata de um cara que gosta de encher a cara aos finais de semana. Até ai tudo bem, até o momento em que ele me pergunta 'vou fumar, quer um também?' ... Odeio aquele cheiro de fumaça no quarto todo e aquela vontade de mandar o cara ir para aquele lugar subia pela minha garganta mas tive que me segurar.
Um ou dois dias antes já havia ido atrás de alguns apartamentos, e tinha achado um que realmente poderia chamá-lo de casa se não fosse o preço do aluguel (40 mil yenes por mês ou 850 reais). Tinha o conhecimento de algumas japonesas que haviam acabo de chegar e que estavam sem lugar para ficar também, resolvi chamar e ver se topavam em dividir ou não o flat. Pois é, hoje depois de eu ter alugado e mudado me deram uma resposta positiva. Conversei com meus pais e eles concordaram - afinal dividir 20 metros quadrados com mais uma pessoa é duro. Liguei para o dono do tal apartamento e recebi a notícia de que aquele apartamento foi alugado ontem. MERDA.
Vamos amanhar ver se achamos um apartamento grande o suficiente para três pessoas e se acharmos, claro me mudarei daqui, afinal ter o seu próprio quarto é muito melhor.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Vamos lá, força e fé. Farei uma prova hoje para testar o meu nível se chinês.
Se passar passo a fazer parte do grupo intermediário, se não passe e probabilidade de fazer o básico 2 é grande.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

De volta à China

Segunda- feira 3 de setembro de 2012.
  Após passar dois meses trabalhando no Japão durante as férias volto para a China, mas desta vez sozinho. Sem minha mãe como na primeira vez que me deu muita força e apoio para continuar aqui, foi uma viagem solitária de 8 horas. Partindo de Nagoya, fazendo duas escalas em Qingdao e depois Pequim, desembarcando eu Pequim tive que ir até a estação sul da cidade e pegar o trem até chegar em Tianjin.
  Cheguei na estação de Tianjin por volta das 16h e de lá subi no taxi rumo a Universidade de Nankai, a chegada no destino final foi as 17h. Já era tarde e tinha que arrumar um lugar para morar. Foi para o dormitório e escutei das atendentes de que não havia mais quartos. Peguei o celular em vão, já que não havia mais créditos. Usei o meu básico e útil chinês para pedir o celular emprestado de uma chinesa e pude ligar para uma amiga. E no final do dia acabou que achei o meu amigo colombiano, o qual estava em posse das chaves do apartamento da Marina, minha amiga da espanha e aqui estou eu por duas noites, mas em busca desesperada por uma casa para passar os próximos 4 meses!

Acharei, tenha certeza disso.

Encontros, desencontros, felicidade, tristeza, sabedoria, alegria, ousadia, orgulho, arrependimentos, aprendizados. É no meio de tudo isso que eu sigo em busca do meu lugar no mundo.