terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Retro 2012 - Se o mundo tivesse acabado, eu não me arrependeria

    Depois de passar o ano de 2011 resumindo-se em: primeiro semestre - estudo e namoro, e o segundo em  - estudo e trabalho, posso dizer que 2012 foi mais do que especial, fez nascer uma nova pessoa.
    Não da para querer começar falando diretamente sobre 2012, sem deixá-los entender um pouco sobre o que passava na minha cabeça durante o final do ano passado...pois bem, foi um ano comum até a metade quando comecei a trabalhar, conciliar estudo e trabalho não foi fácil até porque eu estava trabalhando seis dias por semana até que chegou o final do ano que havia-me decidido em voltar para o Brasil no dia 04 de janeiro deste ano, passagem marcada, planos feitos até que meu pai chega e me fala: ''Chegou uma carta para você, veio da China e eu estava escondendo-a durante alguns dias''. Pô, nem me lembrava que logo quando voltei de viagem da China tinha mandado todos os papéis tentando uma vaga para estudar chinês até porque haviam se passado mais de 6 meses. Não sabia se eu o xingava ou se agradecia pela sinceridade, mas tudo bem, não sei até hoje se a carta chegou antes ou depois de ter comprado a passagem. Larguei o colegial e passei dezembro e janeiro me dividindo em dois trabalhos - na fábrica durante a semana e no The Amigos durante os finais de semana, pude guardar um bom dinheiro.

                                         25 de Fevereiro de 2012 - Foi quando tudo começou...
    Vim acompanhado da minha mãe, dizia meu pai que mais vale a experiência do que a juventude. Estava-o certo, mas só valeu a companhia porque a experiência não estava servindo muito, momentos em que eu já não sabia mais o que fazer eu olhava para ela e lá estava ela na cama comendo os kilos e kilos de frutas que comprava todos os dias e ainda falava ''se vira, é você quem vai morar aqui durante um ano''...enquanto eu estava a colocar foto no dormitório, tentando me comunicar com a chinesa (comunicação feita era: eu falava em inglês e ela me respondia em chinês). E quando falei com meu pai por Skype pela minha vez, a primeira frase foi "me tira dessa merda de país, estou indo comprar a passagem e volto para o Japão segunda-feira junto com a mãe". Lembro-me claramente da segunda-feira em que ela foi embora, foi naquele dia em que todos os sentimentos, bons e ruins vieram e quando realmente me dei conta da 'cilada' em que estava entrando.
    Houve vários dias em que chorei antes de dormir ou rezava pedindo por algo, era normal, passei um mês apenas estudando durante esse mês a solidão foi a minha maior companhia, todas as vezes que chegava em casa já ligava para minha família, só para ter alguém para conversar - vi a importância da família ao seu lado, apoiando-te - até que comecei a sair para bares e restaurantes aí vieram os novos amigos, novas histórias, novas pessoas... Estudava a semana toda para sair na sexta, tinha ótimas notas, nas tarefas, nas provas e nunca me atrasei ou perdi nenhuma aula fatores que fizeram eu receber o reconhecimento da escola. Não queria nenhum relacionamento, lembrava me da palavra "foco" que a Tayná havia me dado no meu último dia de escola na Hiro.
    Estava conseguindo até que em uma dessas festa de aniversário conheci alguém, conversamos bastante durante a festa, nos entendemos bem e pouco antes de acabar recebo o convite para ir para a disco, fiquei de pensar mas no final acabei topando. Dançamos a noite toda (estanho, eu dançando? é a vida) e pouco antes de pegar o meu caminho de volta para casa trocamos o numero de telefone e fui. No sábado, marcamos um almoço na segunda, obviamente sem segundas intenções faltava apenas um mês para o semestre acabar e a diferença de idade que são de nove anos, ou seja, amizade e nada mais.
     Passei esse último mês como estava acostumado a passar até encontrar minha mãe novamente em Beijing e depois voltar para o Japão.
    No Japão pude encontrar meu irmão, meu pai, amigos e professores. Trabalhei durante os dois meses que fiquei lá, juntei mais dinheiro, fui para Osaka e Kyoto com o pessoal da China. Um mexicano, australiano, japonês, brasileiro e uma coreana todos andando pelo Japão falando chinês foi estranho, mas foi uma das melhores viagens que tive até hoje.












                                 
                                         3 de Setembro de 2012 - Começa o segundo capítulo


    Ao chegar para o segundo semestre de estudo tinha na minha cabeça que estudar seria meu foco, mas que gastaria mais tempo com o pessoal, fazendo novas amizades e conhecendo mais lugares. Na teoria tudo seria perfeito, mas ao chegar deparo com o primeiro problema: não havia mais vagas no dormitório, já eram 6 horas da tarde e ainda não havia lugar para dormir. Após rodar muito pela universidade pedi emprestado o celular de uma chinesa, e consegui ligar para a Carol que estava tentando alugar um apartamento para ela, ótimo eu só deveria atravessar a universidade tem todas as malas e tentar encontrá-la para e ir para a agência, não haviam nada para aquele dia. Encontrei o David que me deu as chaves da casa da Marina e enfim um lugar para dormir, teria até sexta para encontrar algo. Consegui mudar me parar o dormitório, mas iria dividir com um coreano que passou a primeira noite toda gritando e falando palavrão, encontrei duas japas e resolvemos alugar um apartamento e dividir o aluguel, estava todo feliz, sair do dormitório, mudar para uma casa, e o preço do aluguel nada mal. Pouco tempo depois já bateu o arrependimento, pediram para trancar o gás, proibindo me até de fazer o ovo frito quando necessário.
    Estudar durante a semana e sair na sexta continuava sendo meu modo de pensar, divertia-me muito e reforçava as amizades.
    Lembra da garota que conheci na festa de aniversário no primeiro semestre? Mantínhamos contato durante as férias e depois que voltamos para cá passamos a conversar com maior frequência e sair também. Deixamos claro que acima de tudo a amizade era boa e por isso nada aconteceria entre nós e dentro de dois meses eu teria a prova de chinês nivel cinco e ela que escrever a tese além de muitas outras coisas, continuei fazendo amizades, curtindo. Porém uma semana depois passamos do ''nada pode acontecer'' para a amizade colorida.

    Mas não foi por isso que acabaram as histórias, David e Alejandro continuaram me colocando em cada situação... David me fez ir as compras, pegamos o ônibus e passamos nada menos do que DEZ estações de onde deveríamos descer, pegamos outro e passamos a 800 metros do local. Andamos em busca dos presentes, achamos porém ele não sabia o tamanho das roupas, ligou para a Colômbia as 4 horas da manha para perguntar aos pais... Ótimo parecia que tudo estava resolvido, até o momento em que cartão de crédito não queria funcionar, desistimos e voltamos para a universidade. Alejandro por sua vez me fez passar por ''gay'' e ele, como meu ''namorado''. É claro que não rolou beijo nem nada, mas tivemos que dançar fazendo assim com que acreditassem, nada adiantou...coloquei toda a nossa atuação por água abaixo quando beijei a garota com qual estava tendo a amizade colorida. Vi a importância de conhecer a cultura ou hábitos do país/local em que você vive, aprendi que na Coréia e na China quando se aceita o convite para ir ao cinema é mesma coisa que aceitar um pedido de namoro...
    Quem pensa que durante esses oito meses que estive na China aconteceram apenas coisas boas como: boas histórias, novas pessoas, novas experiências está muito enganado. Foram vários os momentos em que pensei em desistir, voltar para a casa e continuar aquela minha vida normal e sem graça. Foram muitos os momentos em que chorei, estressei, desesperei, ligava para minha mãe e falava: ''mãe me ajuda, já não sei mais o que fazer!'' (podem ler um pouco mais sobre isso nos posts anteriores que fui escrevendo durante esse tempo). Alguns amigos que hoje estão no Brasil ou no Japão sempre me ajudaram, me apoiaram e falaram ''vai em frente'' isso com certeza ajudou bastante.
    Lembro me da quinta feira em que estava nervoso e peguei a bicicleta às dez horas da noite, o mapa e sai para ''passear'' durante a cidade. Acabei me perdendo e voltei para casa as três horas da manha.


             ''Ninguém disse-te que seria fácil, pelo contrário as dificuldade que você encontraria seriam cada vez maiores. No fundo você sabe: tudo que vem fácil, vai fácil não tem aquele 'gostinho' de conquista, então levante a cabeça, estufa o peito e segue em frente. Daqui algum tempo você vai poder falar que valeu a pena, tudo o que você fez não foi em vão, terá mais histórias para contar e se orgulhará disso. Cada preocupação, cada 'loucura' que você fez ficaram registrada na sua memória.''



    Antes de vir para China me lembro muito bem do que meu pai disse: ''No Brasil você tem seus familiares, amigos, pessoas que você já conhece e que irão sempre te ajudar, o que fará com que sua readaptação seja mais fácil e rápida, você tem a China, um país que você conhece pouco, esteve lá por 4 dias e gostou, não conhece ninguém, não conhece ''nada'', muitos menos o idioma e tradições. Você tem um caminho fácil e um difícil, o fácil é o que todos querem seguir, mas se você for pelo difícil e vencer tenha certeza que valerá mais apena principalmente se você seguir no ramo do comércio exterior como você diz querer seguir, são muitos os empresários que estão de olho na China, o mundo todo hoje volta seus olhos para lá.''


    De certo modo eu acho que ele estava certo, afinal ele passou um ano e meio no Japão sozinho, sabe um pouco o que é isso, o que você sente, suas dificuldades.

    Aprendi muito durante esse ano, aquele garoto que cometia erros bobos cresceu, penso em todas as vezes que errei e hoje falo ''como eu era idiota'' e que poderia ter usado um pouco mais a cabeça, a inteligência e não teria errado. Mudei minha visão em relação ao mundo, aprendi que são as pequenas coisas que mais valem a pena, que dinheiro não é tudo, amizades não se encontra em qualquer lugar serão poucos os que estão ao seu lado ajudando-te, aprendi que um dia você cresce, sai de casa e depois de algum tempo sente falta do quarto arrumado, da roupa lavada, da comida na mesa, aprendi que muitas vezes mais vale calar-te e observar do que abrir a boca e falar coisas sem ter razão, assim como aprendi que muitas vezes é preciso falar mais alto, expressar sua opinião do que simplesmente calar-te, aprendi que momentos passam, memórias ficam e oportunidades precisam ser aproveitadas.
    Se perguntarem me ''valeu a pena?'' certamente falarei que sim, são poucas as pessoas que têm essa oportunidade como eu tive e estou tendo. Final do ano chegando...começo a fazer meus planos e objetivos para 2013. Uma coisa é certeza volto para o Japão dia 02 de janeiro para terminar o colegial, ver a família, amigos, professores e dia 18 de fevereiro volto para a China e começo a terceira parte dessa viagem, aventura, loucura sei lá podem chamar do que quiser.

    E sabe aquela frase ''só lá na China''? Então, foi nesse país que encontrei tudo o que estava precisando, talvez o caminho certo a seguir durante os próximos anos...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nada mais do que mais uma entre muitas experiências

    Sempre soube da grandiosidade de uma grande empresa, da sua importância, da influência que ela exerce na cidade, no pais ou até mesmo no exterior, hoje pude sentir na pele um pouco mais o que é isso.
    Visitei uma das grandes trade comercial aqui de Tianjin e tive uma proveitosa conversa com o diretor comercial da área de exportação, incluindo toda aquela formalidade e seriedade 'comercial'.
    Sempre tive interesse pelo comércio e pelas relações internacionais, vindo para a China apenas confirmei o que já sabia; o desejo de seguir na área de comércio exterior.
    Foi sem dúvida alguma uma grande experiência, ver toda a estrutura interna de uma empresa daquele porte, seus departamentos, seus serviços prestados, seus trabalhadores...Fiquei realmente muito impressionado, quando entrei na sala de reunião para ter a conversa confesso que a perna tremeu e por um segundo tudo parou, até mesmo o tempo. Durante a conversa o mais difícil foi manter a formalidade - coisa que além de não té-la, eu odeio - junto com os sentimentos (nervosismo, ansiedade, medo, desespero...).  Minha vontade era bombardeá-lo de perguntas, tirar todas as minhas dúvidas e matar todas as minhas curiosidades sobre uma multinacional e não ficar apenas nas perguntas como ''estilo de roupa com que trabalham'', ''quantidade mínima'', ''como transportam'', ''aonde possuem filiais'' ...
    Mas o mais importante foi, poder ver que o comércio não se trata apenas de comprar e vender, envolve também o primeiro contato, primeiro encontro, o que falar e o que não falar, sobre tudo saber ter o seu auto controle. Estava lendo a página do ''Geração de Valor'' e do "Eike Batista" sobre comércio e auto controle e vi que isso pode mudar totalmente o rumo de uma transação afinal, a primeira impressão é a que fica, certo?
    Era um jovem de 17 anos sentado em uma cadeira, fazendo perguntas e querendo mais e mais informações e na outra cadeira um senhor de seus 60 anos, com toda a experiência, calma, sabedoria de como agir nessa situação, apesar de toda a "pressão" que senti durante a conversa eu sentia-me também confortável, não tinha vergonha em perguntar e escutar, observar quando preciso...talvez porque estava a discutir um assunto do qual me interesso, do qual prende a minha atenção. Tudo na vida tem uma primeira vez, e acho que dessa vez eu tirei uma nota 60...
    

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Dois meses se passaram.

 Nem parece, mas já são três meses de China desde quando eu voltei. Posso dizer que desta vez o tempo passou mais rápido do que eu esperava - mais um mes e estou de volta no Japão - não como na primeira vez que cada dia era uma tortura, saudade da família, dos amigos, das pessoas que estavam longe.
 Durante esses dois meses que estava ausente muitas coisas aconteceram - coisas boas e coisas ruins, feriado, festas, provas, banheiro quebrado, bar, namorada. Vou tentar fazer um breve resumo sobre o que aconteceu durante esses dois meses.
 Basicamente no começo, todas as sextas feira à noite poderiam me encontrar em algum bar fazendo novas amizades, conversando e depois balada. Até que decidir entrar no curso de logistica, depois do curso de logistica uma prova de chinês nivel 5 e por final frequentar as aulas de preparação para a prova de nivel 5. Até ai tudo bem, estava de matando de estudar, me dividindo entre 3 cursos (2 de chinês e 1 de logística), com isso obviamente meus finais de semana passaram a ser apenas em casa... Passei outubro e novembro assim, até que o meu querido professor marca o TCC  para o dia 04 de dezembro, a prova de chinês para o dia 02 de dezembro e eu viria para Beijing 03 de dezembro em busca das universidades. Fazer TCC, dois cursos de chinês e ainda planejar a viagem para Beijing seria algo impossível.
 Resultado: desisti da aula de logística, passei a virar noites em claro para estudar a palavras chinesas e sentir a confianca de que poderia passar na prova marcada para o dia 02. Pois bem, chega a semana da prova e com ela os problemas, pagar o próximo semestre na escola, provas nos curso de chinês e a falta de energia em casa, visto que está para vencer, 备查卡 (beichaka), novo apartamento, viagem para Beijing, prova de nivel 5, bom acho que mais nada. Dando um passo de cada vez, comecei a estudar para as provas no curso de chinês, acabei que consegui boas notas e deu tudo certo. Pagar a taxa da escola foi facil, mas me custou tempo (ir ao banco, trocar dinheiro, conferir, ir para escola e esperar a boa vontade deles.), Energia...me cobraram 14 mil por 3 meses! Impossível, eu não paro em casa. Mas depois fui descobrir que minhas flatmates possuem aquecedor e lembrei que elas usam o secador de cabelo por meia hora umas duas vezes por dia cada uma, sem nada a fazer tive que de pagar. Com isso surgiu o problema moradia, uma das japonesas está indo embora, ou seja o preço do aluguel irá subir, não quero continuar a morar naquele apartamento com a outra japonesa e pagar um absurdo de contas. 备查卡 é o cartão o qual todo estrangeiro que mora fora da universidade deve ter e mesmo depois de três meses eu ainda não tenho e sem este cartão você fica impossibilitado de dar entrada no visto. Viagem para Beijing, bem reservei o primeiro hostel que encontrei, ou seja estou aqui hoje escrevendo esse texto em um quarto o qual irei dividir com mais 5 pessoas (detalhe homens e mulheres juntos).
 Consequencia disso tudo: problemas resolvidos mesmo eu tenho apenas a taxa da escola paga e a prova de chinês que tirei boas notas porque a energia quem pagou foram as japonesas - eu não tenho dinheiro trocado e foi numa sexta feira de noite, não haveria a mínima possibilidade de trocar dinheiro no final de semana. O visto não sei quando darei a entrada, tenho que conseguir esse tal do cartão aí sim conseguir os papeis para dar a entrada no visto. Em relações ao cartão não tenho fotos, cópias do passaporte e provavelmente terei de pagar uma multa milionária, novo apartamento eu vou alugar o da Marina - sim aquele mesmo que eu fiquei quando cheguei na China sem casa para morar - quando e como não sei, provavelmente deixe o dinheiro com ela ou com a Sissi antes de voltar para o Japão, Beijing estou aqui pensando em voltar para casa o mais rápido possível e a prova de nível 5 que eu tanto estudei, nem me fale foi uma desgraça!
Nínguem disse-te que seria fácil, pelo contrário as dificuldades que você encontraria seriam cada vez maiores. No fundo você sabe: tudo o que vem fácil, vai fácil. não tem aquele 'gostinho' de conquista, então levanta a cabeça, estufa o peito e segue em frente. Daqui algum tempo você vai poder falar novamente que valeu a pena, tudo o que voce fez não foi em vão, terá mais histórias para contar e se orgulhará disso. Cada preocupação, cada 'loucura' que você fez ficaram registrada na usa memória. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Rumo à depressão!


Estava olhando diversas revistas voltadas para os chineses assim como para os estrangeiros e em uma delas vi uma matéria sobre ''The best time in life depression among Chinese Students''.
Esta matéria fala sobre um professor de inglês que pede para que sua aluna comece a ler e que durante a leitura ela cometia alguns erros de pronuncia e naturalmente o professor
a corrigia e do nada a aluna começa a chorar, pega suas coisas e se retira. Então outro aluno fala ''Ela é sempre assim, esta apenas em depressão''.
Conversando com outros professores ele descobre que ela não obteve a pontuação necessária para entrar na faculdade de finanças que ela queria. Desde então foi obrigada
a estudar línguas e ela não é boa nisso...E para fechar a matéria eles falam ''Depressão é uma palavra comum usada entre os estudantes chineses''.
Rápido crescimento econômico  política rígida, seguir normas culturais, aliado a política de filho único o que coloca mais pressão em cima do filho.
Na China, não há aposentadoria o que obriga o filho a sustentar os pais economicamente. Ou seja, estudar na mente deles ainda é o único caminho.
Questiono muito a respeito dessa norma chinesa, porém tenho uma opinião neutra sobre isso - vale lembrar estamos falando de estudantes com 17 anos ou menos que passam 7 ou 8 horas
por dia estudando durante anos para fazer o '高考 - gaokao' prova em que decide qual universidade você vai entrar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Brasil, o país de poucos!

Sai do Brasil cedo com apenas 12 anos de idade e há 5 anos atrás muitas coisas mudam sem dúvida, mas com acesso à informações via internet posso perceber que muitas coisas ainda continuam iguais. Educação, saúde e outras coisas básicas continuam em situações lamentáveis.
Neste post vou falar principalmente da ''nossa educação''. A educação da qual a minoria realmente tem acesso a ela, e a outra parte apenas a conhece - a escola.
Morando no Japão pude perceber o valor de educação dentro de uma sociedade, a pressão que é feita em você para ingressar em um bom colegial e posteriormente em uma universidade de qualidade. Mas para isso existe todo um planejamento desde pequeno e principalmente boas escolas. Escolas no Japão além de serem oferecidas gratuitamente pelo governo até você passar a fazer parte do ensino médio elas possuem ótimas instalações. Digamos que estas instalação seriam para poucas escolas particulares no Brasil. É claro que possui também o acompanhamento dos professores, sendo mais rígidos, prestativos e mais 'atenciosos' com os alunos.



Na China, eu realmente me surpreendi com as escolas, são grandes, com pátios enormes, novas e com instalações boas (porém não de melhor qualidade do que as instalações japonesas). O modo de pensamento é similar ao pensamento japonês, também há muito mais regras em relação as escolas japonesas e elas devem ser seguidas à risca, até o ensino fundamental o estudo é bancado pelo governo. Pela política do filho único a pressão em cima dos filhos é muito maior (adolescentes com 17 anos ou menos já apresentam quadro avançado de depressão). Saber falar inglês, tocar algum instrumento, boa universidade, bom trabalho e sustentar os pais é algum dos exemplos de pressão que é feita em cima dos jovens estudantes chineses, vale lembrar que na China não tem aposentadoria.
Não limitando-se apenas a educação neste dois países, mas na Tailândia, Rússia, Bolívia, Itália, Espanha, e Ucrânia sei que em várias universidades destes países os universitários podem estar fazendo o curso de mandarim e fazer intercâmbio com diversas universidades chinesas. Não posso falar da qualidade destes cursos, pois cada um vem com um nível diferente e o tempo de estudo também varia bastante.
Coréia do Sul, China e Japão, na minha opinião são países que servem de exemplo para o Brasil se o governo estiver realmente pensando em alguma política educacional, no desenvolvimento e melhor qualidade de vida à população.



''Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola, o que poderia resultar em dados positivos para a sociedade''

Vale lembrar que apenas esperar a boa vontade dos governantes não irá adiantar nada, aliás durante o tempo em que esperamos milhões e milhões de reais estão sendo desviados ou sendo utilizados de maneira errada. Lembrando: as eleições estão prestes a acontecer, eleger um bom governante é fundamental  



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

China x Japão no ponto de vista chinês

Eu tinha falado para vocês que eu tentaria uma mini 'entrevista' com alguma de minhas amigas chinesas. Falei hoje com Lisa Chen, vendedora e representante da empresa Zhengzhou Thoyu Machinery CO. LTD. Fiz algumas perguntas sobre as recentes manifestações e o que ela acha sobre isso. Fiquei surpreso com algumas respostas e pude perceber que o assunto aqui na China é mais sério do que eu pensava.

P) Qual a sua opinião sobre as recentes manifestações em diversas regiões que andam acontecendo? Por que isto começou e por que a China quer ter a posse destas ilhas?
R) Apenas porque nós chineses acreditamos que estas ilhas pertencem a nós e não aos japoneses. Por que o Japão quer a posse delas? Elas são tão longe do Japão. Nós chineses de todo o país achamos que elas pertencem ao governo chinês. Qualquer um que invadi-las, claramente será espancado.

P) Você acha que os chineses devem continuar com todas estas manifestações até enfim conseguir as ilhas?
R) Você quer que continuemos com manifestações ou que começamos uma guerra? Quando as manifestações pararem a guerra virá. Isto é o que eu penso. Eu não gosto de guerra, mas para dar uma lição no Japão.
(现在的情况是 不打日本人不足以平民愤 - Agora a situações não é bater em japoneses é para apaziguar o sentimento).

P) Talvez seja porque há 81 anos atrás o Japão invadiu a China, certo?
R) O Japão nos invadiu há 81 anos atrás, e desde então o Japão não se sentiu arrependido e não pediu desculpas, e acima de tudo fez crimes contra a China.

(他们不知悔改 - Eles não estão arrependidos).

P) Você acha que a China conseguirá a posse destas ilhas?
R) Sim, é claro que os chineses irão. Resolver com guerra se for preciso, 81 anos atrás nós vencemos o Japão, 81 anos depois nós acreditamos que conseguimos também - esta é apenas a minha opinião pessoal.

(最好是和平解决, 如果必要时支持战争 - O melhor é uma solução pacífica, se preciso apoiar a guerra).

P) Com tudo isso, como você acha que fica a relação comercial entre China e Japão?
R) É claro, nós estamos fazendo de tudo para boicotar os produtos japoneses.

P) Apenas fábricas ou pequenos comércios também?
R) Qualquer tipo de comércio ou produto japonês, carros, câmeras, produtos eletrônicos qualquer coisa japonesa dentro do comércio chinês.

P) Você acha que este problema irá demorar para ser resolvido?
R) Eu acho que sim. Podemos viver sem produtos japoneses, temos muitas opções, chineses podem viver sem os produtos japoneses sem nenhum problema.

Para quem não sabe, recentemente o Japão 'adquiriu' as ilhas em disputa deixando o governo e a população chinesa revoltadas, desde então manifestações começaram a surgir  
(Declare guerra contra o Japão)

em todo o território. Fábricas foram atacadas, muitas delas resolveram manter as portas fechadas por uma semana. Japoneses que moram na China estão se escondendo, universidades pediram para que estudantes japoneses não saíssem de casa. Lojas como Yamada, Uniqlo aqui em Tianjin que se localizam na principal rua da cidade continuam fechadas. 
Como descendente de japonês me sinto um pouco vulnerável, passei a andar com a carteirinha da universidade, podendo comprovar a minha nacionalidade. Passei em frente a manifestação que ocorreu dois dias atrás, não vi muito tumulto nas ruas. Mas o assunto é sim delicado e precisa de uma solução rápida.





 (moradores da ilhas em disputa erguem a bandeira japonesa em resposta as manifestações chinesas e aos navios chineses enviados à ilha Senkaku (Diaoyu).

Um pouco da China

Com a 'nacionalização' das ilhas em disputa entre Japão e China pelo lado japonês muitas manifestações começaram a acontecer em todo território chinês. Cidades como Beijing, Shanghai, e muitas cidades no sul são os principais pontos das manifestações.
Ontem, 18 de setembro teve aqui na cidade de Tianjin as primeiras manifestações contra o povo chinês. Principais ruas e pontos da cidade tiveram grandes manifestações e segurança reforçada. Ao ir em uma das principais ruas da cidade onde estava tendo uma das manifestações pude ver um pouco do sentimento chinês em relação ao governo e o povo japonês.
Grandes lojas de marcas japonesas como Yamada, Uniqlo e muitas fábricas japonesas estão paradas por tempo indeterminado, restaurantes japonesas e outros comércios pequenos da região também estão de portas fechadas.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Com toda esse conflito entre Japão e China e principalmente as constantes manifestações que andam ocorrendo aqui na cidade e por todo o território chinês eu vou tentar conversar com alguém daqui procurando saber mais sobre as perspectivas do conflito, dos interesses e até onde eles acham que o povo e o governo é capaz de fazer para um desfecho positivo do lado chinês.
Prometo tentar essa 'mini-entrevista' em 10 dias no máximo.

sábado, 15 de setembro de 2012

não pretendo casar tão cedo.

Uma semana. Esse foi o tempo que precisei para perceber que não vale a pena casar-se tão cedo.
Pois é, pensava em casar-se com uns 28 anos, mas hoje penso em casar-se na casa dos 40 e acho cedo...
Mulheres; frescas, indecisas, confusas. Não falo que todas são assim, mas vamos combinar que podemos resumir grande parte das mulheres nestas três palavras. Morar sozinho e receber visitas de vez em quando é a melhor coisa.

 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Depois de algum tempo sem fazer nenhuma postagem resolvi voltar a escrever...
Bom, primeiramente eu fiquei alguns dias sem escrever porque eu mudei de casa novamente, pois é
agora vou dividir o apartamento com duas japonesas.
Não sei como meus pais concordaram com isso, mas tudo bem...pelo menos eu me livrei daquele
coreano maluco. Esperamos que minhas novas companheiras não sejam igual ele.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

não sou mais um 'homeless'

Depois de quatro noites morando de favor na casa de uma amiga eu pude achar um lugar para chamar de 'minha casa'.
Pois é, achei UMA CAMA sobrando no dormitório da universidade e naquela situação na qual estava toparia qualquer coisa - e topei. Paguei um mês de aluguel e me mudei para cá. Na hora da mudança ao chegar o número do meu quarto fui perceber que se tratava do sexto e último andar - detalhe é que o prédio não possui elevador, a única informação que eu tinha é que meu colega de quarto é da Coréia do Sul. Ao abrir a porta vi as coisas muito organizada pelo fato de ser homem e comecei a pensar que ele jogava para o outro time... mas não, trinta minutos depois quando ele chegou no alojamento pude reconhece-lo e lembrar-me que se trata de um cara que gosta de encher a cara aos finais de semana. Até ai tudo bem, até o momento em que ele me pergunta 'vou fumar, quer um também?' ... Odeio aquele cheiro de fumaça no quarto todo e aquela vontade de mandar o cara ir para aquele lugar subia pela minha garganta mas tive que me segurar.
Um ou dois dias antes já havia ido atrás de alguns apartamentos, e tinha achado um que realmente poderia chamá-lo de casa se não fosse o preço do aluguel (40 mil yenes por mês ou 850 reais). Tinha o conhecimento de algumas japonesas que haviam acabo de chegar e que estavam sem lugar para ficar também, resolvi chamar e ver se topavam em dividir ou não o flat. Pois é, hoje depois de eu ter alugado e mudado me deram uma resposta positiva. Conversei com meus pais e eles concordaram - afinal dividir 20 metros quadrados com mais uma pessoa é duro. Liguei para o dono do tal apartamento e recebi a notícia de que aquele apartamento foi alugado ontem. MERDA.
Vamos amanhar ver se achamos um apartamento grande o suficiente para três pessoas e se acharmos, claro me mudarei daqui, afinal ter o seu próprio quarto é muito melhor.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Vamos lá, força e fé. Farei uma prova hoje para testar o meu nível se chinês.
Se passar passo a fazer parte do grupo intermediário, se não passe e probabilidade de fazer o básico 2 é grande.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

De volta à China

Segunda- feira 3 de setembro de 2012.
  Após passar dois meses trabalhando no Japão durante as férias volto para a China, mas desta vez sozinho. Sem minha mãe como na primeira vez que me deu muita força e apoio para continuar aqui, foi uma viagem solitária de 8 horas. Partindo de Nagoya, fazendo duas escalas em Qingdao e depois Pequim, desembarcando eu Pequim tive que ir até a estação sul da cidade e pegar o trem até chegar em Tianjin.
  Cheguei na estação de Tianjin por volta das 16h e de lá subi no taxi rumo a Universidade de Nankai, a chegada no destino final foi as 17h. Já era tarde e tinha que arrumar um lugar para morar. Foi para o dormitório e escutei das atendentes de que não havia mais quartos. Peguei o celular em vão, já que não havia mais créditos. Usei o meu básico e útil chinês para pedir o celular emprestado de uma chinesa e pude ligar para uma amiga. E no final do dia acabou que achei o meu amigo colombiano, o qual estava em posse das chaves do apartamento da Marina, minha amiga da espanha e aqui estou eu por duas noites, mas em busca desesperada por uma casa para passar os próximos 4 meses!

Acharei, tenha certeza disso.

Encontros, desencontros, felicidade, tristeza, sabedoria, alegria, ousadia, orgulho, arrependimentos, aprendizados. É no meio de tudo isso que eu sigo em busca do meu lugar no mundo.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Amigo é o caralho!

''Amizade verdadeira permanece'' até quando? Até vir alguém que posso te substituir? Falar mais besteiras do que você? Ser mais estúpio e sem noção? Nessa sociedade de hoje valores foram se perdendo com o passar do tempo.. e isso é triste. Não é possível mais confiar nem acreditar em ninguém. Você é obrigado a ficar sempre com um pé atrás, desconfiar, é fundamental para que o arrependimento não seja maior.

domingo, 29 de abril de 2012

Aprendendo um pouco mais da cultura

 
Conhecer um pouco mais da cultura chinesa foi o máximo. Pude ver objetos de 1000 anos atrás e suas funções. Diversos tipos de cadeiras e cada uma para um certo tipo de pessoa. Pena que não pude tirar fotos, mas houve até explicação em inglês (assim pude entender melhor).

Posso dizer que aquele Gustavo que você conheceu mudou bastante. Vem aprendendo muito nos últimos tempos. A vida tem exposto ele à cada situação, algumas vezes ele mesmo chega a duvildar se irá aguentar, e pior se não renderá a toda essa pressão.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Feriadão chegando todos fazendo planos de viagens com destino à Shanghai, Beijing, Xian, Qingdao e eu aqui sem a mínima idéia do que fazer, para onde ir. Uma coisa é certa; não viajarei.

Minha vontade é ir conhecer Honk Kong porém apenas 4 dias não é o suficiente. Estou pensando em viajar por Tianjin, conhecer a área rural ou até mesmo o monte Pashan já que é famoso entre os moradores daqui. Quero conhecer a cidade durante à noite ver os prédios que beira o rio principal afinal, vale lembrar que aqui é uma ex-colônia européia.

Quem sabe a viagem para Honk Kong não fique para após o término do curso, como uma viagem de formatura.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Firme e forte

Algumas vezes tomar decisões é tão difícil, tão arriscado e a consequência é tão amarga. Saber  que optar por A e não por B pode estar mudando totalmente o caminho da sua vida. 'Decidir' é isso que devemos aprender, se arrepender é consequência, cair diante de uma barreira todos caem apenas são poucos os que sabem se levantar e tirar uma lição de tudo isso.
http://www.google.com/imgres?q=china+paisagens&start=87&hl=en&sa=G&gbv=2&tbm=isch&tbnid=Qw0iqqelon5lfM:&imgrefurl=http://www.sopapeldeparede.com.br/top-semanal-12/muralhas-da-china-de-noite_1353_1600x1200/&docid=nBH180h0k0yz2M&imgurl=http://www.sopapeldeparede.com.br/wp-content/uploads/2009/11/muralhas-da-china-de-noite_1353_1600x1200.jpg&w=1600&h=1200&ei=XmuXT6v2E6qOiAfR-tGNBg&zoom=1&iact=hc&dur=265&sig=101444429682569533706&page=5&tbnh=140&tbnw=153&ndsp=24&ved=1t:429,r:3,s:87,i:11&tx=141&ty=105&vpx=747&vpy=60&hovh=194&hovw=259&biw=1366&bih=667

Acordar cedo já não é fácil ainda mais em uma quarta feira dia de aula sobre a cultura chinesa, cuja aula de 20 alunos só 9 estão presentes, um professor já de idade avançada com um forte sentimento pratriota, a explicação é totalmente feita em chinês sem contar os filmes e vídeos sem legenda. Todas as características de uma aula chata, sem importância, apenas mais uma.

Que nada, é nessa aula onde posso perceber o tão pouco sei à respeito da China. País cuja cultura é esplêndida e mais do que interessante, certos lugares com características próprias, lugares magníficos, paisagens que te levam para outro mundo - aquelas cena que você fala ''só em filme mesmo''.


País de uma cultura milenar, riquíssima, extraordinariamente bela, muitas vezes de superação, sofrimento. Acho que devemos aprender mais com esse povo que muito nos contribuiu com o passar do tempo e que em certas regiões vivem como se o tempo não tivesse passado.



Wake up on Wednesday does not is easy, this day I have class of chinese culture. That class have 20 students but only 9 go to the class. The teacher is a little old, he is so patriotic, the explication is in chinese and the films and videos also. When you read you imagine ''bad class'', just more one.
Do not is. Is in that class where can I see how little I know about China. Country which culture is so splendid and more than interesting. Some places with own caracteristic, magnificents places, landscape that take you to another world.
Country of a milenar culture, very rich, very beautiful, suffer, overcome. I think we must to learn more with these people. They contributed a lot in the course of time and in some regions we can see that the time never pass.






早起床不是容易, 星期三有文化课。这些课有二十个学生,但是只九个学生上课。教授是一点儿旧,很爱国,解释和电影都是汉语。你看 `没意思的课`。
但是我不觉得这样,会学很多。这些课我觉得我不知道中国文化和中国故事。我要更学习。

terça-feira, 24 de abril de 2012

Dois meses de China

Hoje 25/04 completo dois meses na China e nada melhor do que fazer uma retrospectiva. Para começa queria lembrar o tão especial está sendo morar aqui - ótima experiência. Foram dois meses estudando de verdade com muita seriedade, mas ao mesmo tempo sabendo aproveitar. Os aprendizados não ficaram restritos apenas ao idioma mas também lições de vida, vendo que as vezes é preciso levar as coisas a sério e outras vezes na brincadeira, que a vida de adulto exige muita responsabilidade e morar sozinho não é igual nos filmes (festa, bebida e mulher) e sim uma coisa mais complexa. Vendo tudo o que passei nesses dois meses fico satisfeito por saber o tanto que já cresci, o tanto que já pude aprender, quanto aos dois meses e uma semana que me restam eu sinto um alívio em saber que falta pouco para ter um breve retorno ao Japão e poder rever pessoas que me fazem falta. Por outro lado bate uma tristeza só de pensar que esses próximos dois meses também passarão rápido e terei de aproveitar o máximo que puder, festas, amigos, lugares, aprendizados e sem esquecer e claro de levar, com seriedade, os estudos.

Amizades

Pessoas de várias partes do mundo, cada um com sua história, suas experiências e suas origens. Ninguém é igual, cada um tem sua importância, seu jeito de viver e essa é a melhor parte. Conhecer pessoas da África, do extremo norte europeu, de várias partes da Ásia, das Américas é uma coisa incrível. Vim pra cá com um objetivo certo 'aprender o chinês', mas vamos combinar que novas amizades são sempre bem vindas. Chegar em uma sexta feira depois de uma longa semana só de estudos e se reunir para conversar é a melhor coisa. A foto acima diz tudo, com a frase de fundo 'life is wonderful' deixa tudo perfeito.

People from around the world, each one with your history, your experience and your origin. Nobody is same, each one have your importance, your way of life and this is the best part. To meet people from Africa, extreme north Europe, from many countries of Asia, from Americas is one incredible thing. I came to China with one objetive `to learn chinese`, but new friendships they are welcome. To get on Friday after a long week just studying and reunite to talk is the best thing. The picture above can show, with the phrase `life is wonderful` let every perfect.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

China, o começo.

Prometi escrever um blog contando de como é a China, mas nem ta dando. Então como a Tayná me pediu vou escrever este e-mail falando um pouco sobre minha vida aqui, das coisas que passei e que fui aprendendo ao longo desses dois meses. E aí, como vocês estão? Estudando e trabalhando muito? haha Então, como você pediu eu vou escrever um pouco pra você sobre como é a universidade - as dificuldades, as diferenças entre escola x universidade, a facilidade que encontramos no Japão, o idioma japonês que me faz falta e a experiência de morar sozinho. Vamos comecar com as diferenças entre a escola e a universidade. Dentro da universidade você vê claramente que os estudantes são pessoas com objetivos e que não estão aqui porque os pais obrigaram - tirandos uns turcos da minha sala que vieram aqui so pra farrear. A liberdade que você tem aqui eu acho que é uma coisa que falta um pouco na Hiro, aí tratam os colegiais como crianças - para tudo precisa de autorização. Eu tenho minha 'guardiã' aqui, mas nem sei o nome dela, não tenho o telefone nem nada. Falta o incentivo em nos ensinar a tomar decisões, quando vi o novo calendário do terceirão eu sinceramente achei o máximo o que eles estavam fazendo para os alunos, mas depois de um tempo vi que com essa iniciativa nós perdíamos a chance de optarmos pelo caminho a escolher, é como se eles ''decidissem'' por nós. A primeira maior dificuldade que encontrei aqui foi sem dúvida o ritmo de estudo, é preciso diariamente: se preparar pra aula (cerca de 30 palavras novas mais a gramatica), revisar o conteúdo, fazer milhares de tarefas, ter provas todos os dias sem contar os livros que compro para completar informações e as dúvidas que vão surgindo e que precisam ser esclarecidas. Passo no mínimo de 3 à 5h por dia fazendo isso e mais 4h da aulas. Sabádo e domingo eu preciso revisar a matéria da semana toda visando o exame final que vai ter daqui à dois meses (isso inclui cerca de 200 palavras, gramatica e correção das tarefas) claro que as vezes eu acabo não fazendo, mas é raro isso acontecer. O clima aqui é outro, sem dúvida. Durante as aulas não ocorre as conversas paralelas que sem dúvida atrapalham bastante na concentração. Vindo pra China pude perceber que o que vivemos no Japão é uma pura de uma falsidade - tudo acontece muito, mas muito fácil mesmo. É fácil ir pro shopping e comprar uma roupa, um lanche do Mac ou coisas supérfulas. Eu falo em geral, da qualidade de vida que temos ai, a segurança, o poder aquisitivo, e entre muitas outras coisas que só conseguimos realizar ou ter é só no Japão mesmo. A Bia vivia falando que meus pais me mimavam muito, que eu tinha/tenho tudo o que quero e não dou valor eu achava que era implicância dela, mas era verdade. Hoje vejo que eles me davam tudo do bom e do melhor e de tanto ter eu tratava apenas como ''mais um presente'' fruto do meu merecimento (pura mentira). E caso eles não nos der com a desculpa de ''não tenho condições'' é só trabalharmos um dia e teremos o dinheiro suficiente para adquirir o que queremos. Morar sozinho ta sendo uma experiência e tanta. Fazer compras, orgazinar a casa, lavar roupa, resolver os problemas (e muitos), cuidar de si mesmo, sua saúde, o que você come e principalmente controlar o dinheiro. O sonho de todo adolescente é sair da casa dos pais para morar sozinho - eu tinha essa vontade, mas hoje vi que é tudo muito complicado, suas responsabilidades triplicam de uma hora para outra. A gente pensa que é só festa, sair pra beber, ter aquela tranquilidade mas nem sempre é assim. No começo é uma maravilha, mas depois o tempo vai passando e você começa a sentir falta das pequenas e mais bobas coisas que aconteciam. Sente falta de almoçar ou jantar em família, ter alguem pra conversar e contar o que tá acontecendo, enfim sente falta da companhia que só a sua família te da. Os professores vivem falando em ter a sua poupança para poder estudar no Brasil e acabam esquecendo de como é ficar longe da família (com o tempo você acostuma, mas é difícil e faz falta do mesmo jeito). Na china eu pude ver também que um idioma a mais é sempre bem vindo. Nunca imaginei que aqui eu usaria o pouco do japonês que sei, a Universidade de Aichi tem cerca de 300 alunos espalhados pelo campus da Universadade de Nankai estudando economia, ciência, história...e eu tenho contatos com eles e com outros japoneses que vieram estudar o chinês também e vi que poderia aproveitar mais se eu soubesse o japonês. Sinto até vergonha de falar que morei 5 anos no Japão e só falo o mínimo do idioma. Recebi vários conselhos para aprender o japonês e aproveitar já que estou tento a oportunidade de morar no país, mas nunca dei atenção e hoje sinto falta, sinto um arrependimento. Aprendi que conselhos nós recebemos muitos ao longo do tempo, mas hoje eu pude perceber que só damos valor neles depois de nos arrependermos ou vermos que estávamos errado. Aprender a seguir conselhos eu acho que era um dos meus maiores problemas. Essa experiência que eu to tendo com 17 anos tá sendo incrível. Conheço pessoas, lugares, culturas totalmente diferentes. Acho que só vivendo isso para poder sentir o que é, tudo o que você aprende. Último feriado resolvi ir pra Pequim sozinho e passar 3 dias foram os mais difíceis aqui na China não falava quase nada de chinês, o hotel que peguei só tinha atendimento em chinês e eu tinha feito a reserva na data errada, conheci um mercado que só abre as 4h até as 10h da manha e andar lá de trêm ou ônibus foi um desafio (eu até conseguia fazer uma frase pedindo informação, mas não entendia a resposta), mas aprendi muito nisso tudo. Tenho tantas histórias para contar, tantas coisas para falar da China (to tendo até aula sobre a cultura) que ficaria muito longo escrever tudo hoje. Dentro de dois meses vai ocorrer minha formatura, então terei 50 dias de férias, já to correndo atrás das coisas e deixar tudo certo para poder visitar o Japão. Mensagem enviada para o pessoal do Japão contando um pouco sobre os dois primeiros meses na China.